Risco à beira mar para os cães
Quem mora em cidades litorâneas existentes em boa parte do país não dispensa, nos dias de sol e calor, um programa na praia. E muitos, com os devidos cuidados que as regras municipais impõem, costumam bater ponto nas areias na companhia dos seus cachorros. Os cães, aliás, também adoram brincar na beira do mar.
Apesar de uma excelente espaço para lazer, as areias das praias podem esconder um grande risco para a saúde dos cães. A mistura de clima quente e úmido é tudo o que os mosquitos da Dirofilariose – doença parasitária provocada por vermes que se alojam, principalmente, nas artérias que saem do coração dos cães – precisam para entrar em ação.
As temperaturas elevadas garantem a reprodução de fêmeas de algumas espécies dos gêneros Culex e Aedes. A Dirofilariose é um verme relativamente grande, podendo chegar a até 35 cm de comprimento. Com grande parte do coração ocupada pelos vermes, o esforço que o coração tem que fazer para bombear o sangue é muito maior, causando sintomas de falência cardíaca e até mesmo a morte do animal.
Uma recente pesquisa patrocinada pela Zoetis mostra que a doença, também conhecida popularmente como “verme do coração”, ganha terreno nas cidades do litoral brasileiro. De acordo com a pesquisa, cerca de 32% dos animais das regiões litorâneas do Paraná estão com esta moléstia. Este índice fica em 31,8% dos cães de Guaraqueçaba, 26,3% do Pontal do Paraná e 24,5% de Guaratuba.
Retomada da doença
“A enfermidade registrava declínio no início dos anos 2000, mas novas evidências indicaram que a presença do parasita aumentou nessas regiões”, afirma Tiago Papa, médico veterinário e diretor da Unidade de Negócios de Animais de Companhia da Zoetis Brasil.
A pesquisa considerou um universo de aproximadamente 1,6 mil animais que viviam em áreas endêmicas de todo o país. Um agravante para a evolução da doença são os sinais clínicos – como tosse, falta de ar, emagrecimento, língua escurecida e falta de vontade para realizar exercícios – só se manifestam depois de alguns meses ter sido contraída pelo pet.
Como fazer a prevenção
A tardia identificação da moléstia pode representar a morte do animal. Ou seja, quanto mais cedo o diagnóstico for feito por um médico veterinário as chances de cura são maiores. O melhor caminho para evitar o mal é a prevenção.
A prevenção contra esse parasita deve começar por volta de seis semanas de idade. Em cães abaixo dos seis meses de idade, não é preciso fazer o teste antes de iniciar a prevenção. No caso dos animais com mais de seis meses de idade, o teste pode ser feito durante uma visita de rotina ao veterinário, com uma pequena amostra de sangue. Em aproximadamente 10 minutos chega-se ao resultado.
A pesquisa intitulada “Updated canine infection rates for Dirofilaria immitis in areas of Brazil previously identified as having a high incidence of heartworm-infected dogs. Parasites & Vectors” contou com a coordenação da doutora Norma Labarthe. Especialistas de uma série de universidades, entre elas a Universidade Federal do Paraná (UFPR), auxiliaram no desenvolvimento do trabalho.