Opção para pesquisa na área de Medicina Veterinária
Um projeto desenvolvido pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, Câmpus de Botucatu, em parceria com a Universidade Federal do Paraná e Universidade Federal de Pernambuco, foi um dos selecionados pelo “Programa Ciências Forenses – Pró-Forenses”, lançado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
O projeto aprovado vai resultar na criação da área de concentração em Medicina Veterinária Forense vinculada à pós-graduação da FMVZ e coordenado pela professora Noeme Sousa Rocha, do Departamento de Clínica Veterinária. A partir de 2015, a nova área de concentração, oferecerá, via Capes, uma vaga para pós-doutorado, outra para doutorado sanduíche, duas vagas para doutorados convencionais e uma de pesquisador sênior.
A iniciativa da Capes busca estimular a criação de projetos voltados para a produção de pesquisas científicas e formação de recursos humanos em Ciências Forenses. “A preocupação da Capes é criar massa crítica com relação ao assunto para a solução de crimes ambientais e demais delitos”, explica a professora Noeme. “Reunimos instituições com competências distintas, com o objetivo comum de formar peritos em nível de pós-graduação”.
O projeto desenvolvido pela FMVZ e seus parceiros foi aprovado na área temática Perícia Ambiental, que busca promover “estudos relacionados à patologia forense e identificação de animais, inclusive por DNA, produtos e subprodutos da fauna silvestre e ao diagnóstico de bem-estar animal em casos de suspeita de maus tratos, abuso e crueldade contra animais vivos, relacionados a crimes ambientais”.
Segundo a coordenadora do projeto, na FMVZ, o enfoque das pesquisas será nas análises moleculares. “Normalmente, os animais apreendidos nas ocorrências de crime ambiental ou envolvidos em outros tipos de delitos são identificados por características anatômicas. No entanto, há animais muito semelhantes que necessitariam de identificação específica para sua espécie. Precisamos do DNA para determinar exatamente quem é esse indivíduo”. Com o decorrer do projeto, o objetivo dos pesquisadores é constituir um banco de tecidos que auxilie no estudo e identificação, de maneira padronizada, dos animais.
O projeto prevê o intercâmbio com profissionais do exterior e de outras regiões do Brasil, para a troca de conhecimentos. Complementam as atividades, parcerias com o Departamento de Medicina Legal, Ética Médica e Medicina Social e do Trabalho da Faculdade de Medicina da USP e com a Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal do Estado do Paraná.
A professora Noeme atribuiu a seleção do projeto da FMVZ à estrutura da Faculdade e à qualificação de sua equipe. “A Capes vê com bons olhos o aproveitamento dos professores e dos recursos que a Faculdade já disponibiliza. Além disso, nosso curso de graduação de Medicina Veterinária é pioneiro na criação de uma disciplina obrigatória de Medicina Legal, em meados da década de 1980, que serviu de modelo para muitas outras universidades”.
Além da disciplina, a FMVZ tem uma atuação constante junto à justiça em crimes ambientais e outros delitos que envolvem animais. “Essa nova área de concentração vem sedimentar ou fortalecer o que a universidade já faz e ajuda a ampliar a formação de recursos humanos frente os desafios das ciências forenses”.
(Fonte: Unesp)