Gato: companheiro ideal para o homem
De um animal sagrado no Antigo Egito à demoníaco na visão do papa Gregório IX na Idade Média, o gato já viveu tantas encarnações que não é a toda a lenda de que tem sete vidas. Daí este tipo de felino sempre intrigar a mente humana, e tornar-se um dos bichos mais queridos do mundo.
E como entendê-los? Autor do livro “Sentido do gato”, o biólogo John Bradshaw, pesquisador da Universidade de Bristol, na Inglaterra, diz que a chave está na ciência.
Ainda inédito no Brasil, o livro lançado no ano passado nos Estados Unidos destaca as últimas pesquisas científicas para explicar o comportamento dos bichanos e defender a tese de que eles são os companheiros ideais para o homem da atualidade.
Um dos pontos principais do livro envolve uma comparação entre a domesticação dos dois animais. Para o autor, o motivo pelo qual gatos não são leais e obedientes como os cachorros é evolutivo. Os cachorros foram domesticados há cerca de 11 mil anos, enquanto os gatos começaram a conviver com os homens há aproximadamente 4 mil anos.
Embora a população mundial de cachorros seja maior, o crescimento do número de felino só aumenta nos últimos anos. Por exemplo, nos Estados Unidos, França e Alemanha, o número de bichanos já supera o de cães.
Por aqui, de acordo com dados da Associação Brasileira de Indústria de Produtos para Animais (Abinpet), são 37 milhões de cachorros e 21 milhões de gatos. Só que a população de felinos cresce duas vezes mais do que a de cachorros, devendo superá-la num prazo de 10 anos.
Segundo John Bradshaw, apesar de tudo, o gato do futuro não será uma criatura tão dócil e mansa como o cão. Gatos e cachorros apelam a diferentes partes da natureza humana. Os gatos oferecem um vislumbre da vida selvagem, enquanto os cachorros oferecem lealdade e submissão, de acordo com o pesquisador.
