Estudo sobre genética explica relação entre gatos e homens
Um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) analisou a genética dos gatos para entender a relação dos felinos com os seres humanos. Segundo os cientistas americanos e europeus, as principais diferenças entre gatos selvagens e domésticos estão na existência de dois diferentes genes relacionados às sensações de prazer, recompensa e à memória.
Para os pesquisadores, tais diferenças genéticas ajudam a explicar todo o processo de domesticação dos gatos, cuja relação histórica com os homens está estimada em nove mil anos. Pelo contato mais recente com os homens, os cientistas consideram os gatos animais apenas semi-domesticados, ao contrário dos cachorros.
“Apenas nos últimos anos eles se diferenciaram das espécies selvagens e alguns ainda cruzam com seus parentes das florestas. Por isso, nos surpreendeu encontrar em seu DNA as evidências da domesticação.”, observou o geneticista Wes Warren, da Universidade Washington em Saint Louis EUA), e um dos autores do estudo.
A pesquisa genética de gatos selvagens e domesticados apontou a existência de 13 diferentes genes entre eles. Eles estão relacionados, por exemplo, a fatores como crescimento de células ligadas aos centros de recompensa do cérebro e ao desenvolvimento de neurônios que produzem dopamina, neurotransmissor associado ao prazer.
Outros genes, de acordo com o estudo, têm ligação direta com os sistemas que condicionam o medo e a memória. Segundo os pesquisadores, tais características biológicas são responsáveis por promoverem comportamentos essenciais para o processo de domesticação dos felinos.
As mudanças genéticas apontam que os gatos domesticados tiveram o cérebro adaptado para perder o medo dos homens e buscar prazer nesta relação, como mostram as respostas à alimentação e ao carinho dado pelos donos. A pesquisa também destaca que, apesar da convivência com os seres humanos, os gatos não abandonaram sua natureza caçadoras.
