Esporotricose: uma ameaça para os gatos
Você sabe o que é esporotricose? Provocada pelo fungo Sporothrix schenckii, esta doença de nome complicado atinge animais, especialmente os gatos, e os seres humanos. Considerada uma doença emergente, ela vem, por exemplo, sendo verificada no Rio de Janeiro desde o final da década de 1990.
A doença, classificada no grupo das micoses subcutâneas, se manifesta nos gatos de várias formas. De acordo com cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os principais sinais são as lesões ulceradas na pele. São feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente.
Para os profissionais que querem conhecer e se informar mais sobre o tema, no dia 24 de setembro acontecerá um encontro para debater estratégias para o enfrentamento desta zoonose na cidade de Niterói. Mais informações pelo telefone do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CFMVRJ): (21) 2576-7281.
Veja abaixo algumas questões sobre a zoonose, levantadas por especialistas que estudam o tema no Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec), da Fiocruz:
A esporotricose atinge quais animais? Como é o contágio?
Embora a esporotricose já tenha sido relacionada a arranhaduras ou mordeduras de cães, ratos e outros pequenos animais, os gatos são os principais animais afetados e podem transmitir a doença para os seres humanos. O fungo causador da esporotricose geralmente habita o solo, palhas, vegetais e também madeiras, podendo ser transmitido por meio de materiais contaminados, como farpas ou espinhos. Animais contaminados, em especial os gatos, também transmitem a doença, por meio de arranhões, mordidas e contato direto da pele lesionada.
Os gatos podem transmitir esporotricose para as pessoas?
Sim, por meio de arranhões, mordidas e contato direto com a lesão. Por isso é importante que o diagnóstico seja feito rapidamente e que o animal doente receba o tratamento adequado. Animais doentes não devem nunca ser abandonados. Se isso acontecer, eles vão espalhar ainda mais a doença. Caso suspeite que seu animal de estimação tenha esporotricose, você deve procurar um médico veterinário, que vai orientá-lo sobre como cuidar dele sem correr o risco de ser também contaminado.
É possível que um gato doente contamine outros animais que convivem no mesmo ambiente, como uma casa, quintal ou apartamento?
Sim. Por isso é aconselhável isolar o gato do contato com outros animais, separando-o num ambiente próprio, para que receba os cuidados de que necessita sem comprometer a saúde dos outros bichos da casa. Outro cuidado muito importante: em caso de morte do animal com esporotricose, é essencial que o corpo seja cremado, e não enterrado. Isso porque a micose pode se espalhar pelo solo, espalhando a doença entre outros animais.
Que cuidados podem evitar a transmissão?
Uma boa higienização do ambiente pode ajudar a reduzir a quantidade de fungos dispersos e, assim, novas contaminações. É também importante não manusear demais o animal, usar luvas e lavar bem as mãos. Em caso de morte dos animais doentes, não se deve enterrar os corpos, e sim incinerá-los, para evitar que o fungo se espalhe pelo solo.
Onde levar um gato com suspeita de esporotricose para ser atendido?
O animal com suspeita de esporotricose deve ser levado a uma clínica veterinária. Há atendimentos de baixo custo e alguns gratuitos. No Rio de Janeiro, o animal pode ser encaminhado à Unidade de Medicina Veterinária da Prefeitura, que presta atendimento de segunda a sexta-feira, pela manhã e à tarde, com distribuição de números por ordem de chegada. Para mais informações acesse o site www0.rio.rj.gov.br/ijv.