Especialidades emergentes em questão
A Câmara Nacional de Presidentes do Sistema CFMV/CRMVs debateu nesta segunda-feira (17), em Brasília, temas atuais de relevância para a Medicina Veterinária e Zootecnia. Todos os Conselhos Regionais e a Diretoria do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) estiveram presentes no encontro.
A atuação dos profissionais em especialidades em crescimento foi tema de palestra de integrantes da Comissão Nacional de Especialidades Emergentes (CNEE) do CFMV.
O presidente da CNEE, Carlos Alberto Muller, falou sobre os aspectos regulatórios do uso de animais em atividades de ensino e pesquisa. “Os médicos veterinários devem estar por dentro dos 17 métodos alternativos aprovados pelo CONCEA”, afirma Muller.
As perspectivas e desafios da Aquicultura brasileira foram abordados pela médica veterinária Agar Costa, integrante da CNEE do CFMV. Segundo ela, há uma demanda por profissionais capacitados para atuar no setor. “Na área de sanidade, a atuação do médico veterinário garante a qualidade do produto e evita patologias”, afirma.
As oportunidades profissionais na Apicultura, setor que tem ganhado destaque nas exportações brasileiras, foi relatada aos presidentes do Sistema CFMV/CRMVs pelo médico veterinário Walter Miguel, integrante da CNEE do CFMV. ” O médico veterinário é fundamental no sistema de produção, sanidade, inspeção dos produtos, pesquisa, docência, consultoria”, exemplifica Miguel.
Durante a Câmara Nacional de Presidentes do Sistema CFMV/CRMVs, também foi debatida a importância do médico veterinário nas investigações científicas. A palestra sobre Medicina Veterinária Forense ficou por conta do médico veterinário Paulo Maiorka, integrante da CNEE do CFMV. “Hoje este campo é um dos mais promissores e em franco crescimento que requer conhecimentos especializados”, reforça Maiorka.
Segundo o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda, as especialidades emergentes ainda precisam receber maior atenção por parte dos profissionais e das instituições de ensino. “Em muitas dessas especialidades temos boas condições de desenvolvimento, mas ainda estamos despreparados para atuar com competência e alcançar bons resultados”, destaca Arruda.
A presidente da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal (CEBEA) do CFMV, Carla Molento abriu os debates da tarde abordando a formação em bioética e bem-estar animal (BEA) na graduação dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia. Durante a palestra, a médica veterinária citou uma pesquisa feita com 102 Instituições de Ensino do país. O estudo mostrou que menos da metade dos cursos oferecia disciplinas de bem-estar animal.
“Ainda está em caráter optativo nos currículos, temos que mudar essa realidade. O Brasil precisa gerar números que sustentem a defesa em relação aos nossos sistemas de produção e nada melhor do que um médico veterinário capacitado em bem-estar animal para poder rebater dados externos”, afirma.
Ex-secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, o médico veterinário Ênio Marques finalizou o dia de palestras para a Câmara Nacional de Presidentes. Ele fez um panorama sobre as discussões em andamento no MAPA sobre a responsabilidade ante e pós-mortem.
“Quanto maior for a amplitude de opiniões, maior a chance de se chegar a um consenso legal. O futuro passa por preocupações com saúde pública. Os modelos de produção, além de atenderem às preocupações com produtividade, também terão que neutralizar possíveis riscos aos animais, às plantas e às pessoas”, destaca.
Fonte: CFMV