Automutilação em aves domésticas
A automutilação, conhecida também como comportamento destrutivo, é uma doença bastante comum nos pássaros, especialmente entre o grupo dos psitaciformes que são as aves com o bico curvo, como as araras, periquitos, calopsitas e papagaios.
A doença se caracteriza pelo fato do animal se mutilar com o bico, arrancando as próprias penas e pedaços da pele, e como esse ato está geralmente ligado a fatores comportamentais, o tratamento é mais complicado.
As causas são diversas: carências nutricionais, estresse pela perda de um companheiro, mudança de casa, falta de atividade ou a chegada de um novo bichinho ou de uma criança em casa são suficientes para desencadear o comportamento, que inicia com as penas da área do peito, até arrancar todas que estiverem ao alcance do bico.
Outro fator que ocasiona a doença é a presença de parasitas externos na ave, como piolhos e a giárdia, que causam coceira e fazem com que os animais se sintam obrigados a arrancar suas penas. No caso da giárdia, apenas um exame de fezes pode detectar, já os piolhos é possível que o dono consiga ver. Em ambos os casos, buscar um veterinário é essencial, pois ele poderá verificar qual a verdadeira causa e apresentará maneiras de tratar seu pássaro.
As penas das aves são utilizadas como proteção climática, aquecendo-as no frio e chuva e mantendo uma temperatura adequada no calor, além de também serem úteis como agentes externos, sendo a primeira camada de proteção contra fungos, bactérias e protozoários que possam atacar a pele.
A melhor maneira de evitar a automutilação é a prevenção. Oferecer uma suplementação adequada, evitar alterações no habitat das aves, ter cuidado com agentes químicos, como fumaça, aromas fortes, jornais para forrar gaiola, para que não se tornem alérgicos, higienizar os viveiros e gaiolas, evitando a contaminação parasitária, e sempre dar água fresca e verduras lavadas diariamente.
Para o tratamento, é feito uma correção alimentar e uso de polivitamínicos, antibióticos caso ocorram dermatites, e histamínicos. Em casos mais intensos são colocados colares imobilizadores no pescoço da ave, para que o bico não alcance o corpo, impedindo-a de arrancar suas penas. O tratamento depende da causa envolvida, contudo, no geral, o prognóstico é satisfatório quando é iniciado precocemente.