Aguenta coração: conheça a doença inimiga dos cães
A doença de valva mitral, conhecida também como endocardiose valvar ou degeneração mixomatosa, é uma doença cardíaca comum nos cães, atingindo cerca de 90% dos animais acima de 10 anos, principalmente aqueles de pequeno porte. Apesar do grande índice, a doença só apresenta sintomas em pequena parcela deles, como cansaço, tosse, desmaio e em casos mais graves, dificuldade respiratória devido o edema pulmonar, que é um acumulo de liquido no pulmão. A valva mitral não tem cura, apenas terapia que pode prolongar o tempo de vida, recebendo acompanhamento cardiológico e medicações.
Prezando pela qualidade de vida dos cães, veterinários do mundo inteiro se reuniram no fórum do American College of Veterinary Internal Medicine (ACVIM), e em 2009 publicaram um artigo com recomendações para diagnósticos, que se feito de maneira precoce e acompanhado de terapias, permitem uma sobrevida cada vez maior. Para isso, foi criado um método de classificação de acordo com o risco de desenvolvimento ou o estágio da doença:
Classe A: se encaixam aqui os cães saudáveis, mas que possuem predisposição para a doença, como o Poodle, Dachshund, Yorkshire, Maltês, Cavalier King Charles Spaniel e o Pinscher.
Classe B1: São os cães que já têm a lesão valvar mitral, porém não mostram sintomas e não apresentam dilatação das câmaras cardíacas.
Classe B2: Cães que apresentam dilatação cardíaca. Estes ainda não têm sinais de edema pulmonar (dificuldade respiratória), mas já podem apresentar tosse devido ao aumento do átrio esquerdo, que comprime o brônquio e desloca a traqueia.
Classe C: Os cães que possuem edema pulmonar e dificuldade respiratória, ou que já tiveram esse quadro anteriormente e utilizam medicação para permanecerem estáveis, como diuréticos e remédios que aumentam a força do músculo cardíaco.
Classe D: São os cães que, apesar do uso de todos os medicamentos indicados para a classe anterior, ainda apresentam recaídas de edema pulmonar.
O exame ecocardiográfico é essencial para classificar os pacientes na fase inicial, e a partir disso, escolher a combinação de medicamentos para cada um. É recomendado que os cães da classe A sejam examinados anualmente e os pacientes das classes B1 e B2 façam avaliação ecocardiográfica pelo menos a cada 6 a 12 meses, a critério do médico veterinário.