Médicas veterinárias e zootecnistas ganham espaço
O número de mulheres médicas veterinárias e zootecnistas é crescente no país. Hoje, são cerca de 60 mil profissionais mulheres registradas dentre os 137 mil profissionais, sendo que 53 mil estão atuantes.
“A mulher tem quebrado tabus tanto na Medicina Veterinária quanto na Zootecnia. Antes, imaginava-se que eram profissões só para homens. As mulheres vieram, conquistaram espaço no mercado e mostraram competência. Ambas as profissões necessitam de conhecimento, cultura e educação, e não a força”, destaca o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda, parabenizando todas as médicas veterinárias e as zootecnistas pelo Dia da Mulher, que aconteceu no domingo, dia 8 de março.
A participação da mulher na Medicina Veterinária começou de maneira tímida, não só no Brasil. Nos anos 70, a participação da mulher no Sistema CFMV/CRMVs era de cerca de 5%. Hoje, o número de novas inscrições é predominantemente feminino, atingindo os 60%.
Já na Zootecnia, a evolução também é perceptível. Em 1970, as mulheres representavam 14% dos inscritos, número que passou para 37% no século 21.
O perfil dos cursos de Medicina Veterinária também mudou nas duas últimas décadas. Atualmente, poucos são os estados em que o número de estudantes mulheres não seja maior do que o de homens.
Em trabalho desenvolvido pela Comissão Nacional de Residência em Medicina Veterinária do CFMV avaliando o perfil do médico veterinário residente entre 2004 e 2010, observou-se que dos 105 residentes participantes da avaliação, 63% eram do sexo feminino e 36% do sexo masculino.
Um novo olhar – Como se pode notar com base nos dados acima, a profissão tem se tornado cada vez mais feminina. Aos poucos, as mulheres têm conquistado novos espaços e assumido outras especialidades, saindo da atuação mais voltada para clínicas de pequenos ou atividades ligadas somente a laboratório, ensino e pesquisa. Atualmente, há médicas veterinárias em diferentes áreas, incluindo o trabalho de campo e a atuação com grandes animais e animais selvagens.
Atuantes e críticas, as mulheres trazem novas preocupações e desafios para a profissão, mudando, muitas vezes, perspectivas já estabelecidas nas relações de trabalho, inclusive no meio rural.
Vários estudos revelam que as mulheres veterinárias e zootecnistas, de forma geral, apresentam atitudes mais positivas ou de cuidado em relação ao bem-estar animal e aos direitos dos animais. Elas têm sido apontadas como mais sensíveis ao se falar do tema. As médicas veterinárias, por exemplo, tiveram papel importante na conquista de mudanças em relação aos animais na busca de aliviar seu sofrimento e de extinguir práticas cruéis em relação a eles.
Saiba mais – No Brasil, a primeira médica veterinária foi Nair Eugênia Lobo, que recebeu o diploma em 1929 pela antiga Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Rio de Janeiro.
Virgine Buff D’Apice criou o primeiro projeto do Código de Deontologia e Ética Profissional e presidiu a Associação Brasileira das Senhoras dos Médicos Veterinários e a International Women’s Auxiliary to the Veterinary Profession.
Na Zootecnia, a primeira inscrita no Sistema CFMV/CRMVs foi Laurene Liesenfeld, em setembro de 1973.
Fonte: CFMV/com informações da Revista CFMV nº 58