Uma relação que, às vezes, pode parar nos tribunais
Que isso acontece com cães, gatos e pássaros não é novidade alguma. Mas com animais silvestres é uma questão diferente. Muitas pessoas têm este tipo de bicho em casa, tendo se apegado a eles. Só que, em vários casos, foram adquiridos por meios de legislações antigas. E quando isso acontece o jeito é parar nas barras dos tribunais.
Na maior parte dos casos, a justiça costuma dar ganho de causa aos donos, pois reconhece o poder da relação de carinho e interdependência entre humanos e animais, criando laços muito fortes não só para a convivência, mas também para a saúde das pessoas.
Em 2014, por exemplo, aconteceu o caso de o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que considerou questionável a ação de apreensão de um papagaio, efetuada pelo Ibama, que retirou o animal do cativeiro doméstico, onde a ave desfrutava de bem-estar.
“Pelo tempo de vida doméstica e pela sua completa adaptação ao meio em que vive, difícil identificar qualquer vantagem em transferir a posse para um órgão da administração pública”, declarou o ministro que julgou o processo.
Outro caso aconteceu em 2008, quando o Ibama apreendeu uma fêmea de macaco-barrigudo criada em cativeiro doméstico por quase 20 anos. Neste exemplo o tribunal de justiça também manteve a sentença concessiva, que garantia a posse do animal pelos donos.
A decisão levou em conta fatores como o bom estado de saúde do animal, sua dificuldade de se adaptar a um outro ambiente e a relevância do interesse humano relacionado ao caso.